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Pré-requisitos para fazer uma boa redação no Enem

Como dissemos, é preciso ter consciência de que toda argumentação é uma tentativa de influenciar o outro. E é, também, uma espécie de diálogo. Isso pressupõe liberdade para pensar, para expressar o pensamento, a subjetividade. Ambos poderão ser ou não acatados pela subjetividade do outro.
Podemos dizer, também, que aquele que é alvo da argumentação deverá sempre ter a liberdade de aceitar ou de recusar a justificativa para fundamentar a tese (hipótese mais viável) que lhe é apresentada.

Veja abaixo quais as competências avaliadas no Enem, principalmente na prova de redação dissertativa:



Certamente, fatores externos como a maior ou menor fluência verbal ou eloquência argumentativa, a função hierárquica superior, o grau de informatividade e a lógica para, de modo coerente, articular um raciocínio lógico diante do outro, podem "jogar a favor" de um dos lados.
Entender a argumentação como um diálogo em que não apenas devamos sustentar um ponto de vista (tese), mas também considerar outras posições contrárias, é o caminho para dominar com habilidade as capacidades de:

Evocação: chamar ao desenvolvimento da argumentação o que se pretende sustentar;
Citação: referir-se a exemplos, seja declaração de pessoas, alusão a fatos, situações, características de fenómenos, dados estatísticos que colaborem para comprovar e convencer;

Refutação: por meio de raciocínio lógico, analogia, relação causa-efeito, ou outro recurso, é preciso contra--argumentar, enfraquecendo ou invalidando o argumento do outro;

Concessão: até mesmo admitir que, em algum aspecto, o argumento do outro é válido, plausível, mas não totalmente aceitável, pertinente, coerente.

A argumentação é uma constante atividade de justificação e explicação orientada não exclusivamente para a demonstração se uma tese (hipótese escolhida como mais razoável, mais plausível) é verdadeira ou falsa, mas especialmente para a eficácia no ato de influenciar o outro, e convencê-lo. Isso se torna possível também quando, por parte do argumentador, há uma adequada consciência quanto ao status e perfil do interlocutor.

Posso, por exemplo, mudar a direção argumentativa quanto a passar um recesso subindo uma montanha e fazendo bivaque diante de dois amigos:

• ao primeiro que me ouve, um amigo sedentário e solitário, amante do sofá e de filmes, posso elencar razões de ordem física, fazendo um apelo a se exercitar para manter a saúde; ou de ordem emocional, revelando que convidarei um grupo de garotas a participarem da aventura.

• ao segundo, um amigo já praticante de bivaque, posso justificar que o local da aventura ainda lhe é desconhecido. Assim, enumero uma série de aspectos superiores e inusitados do novo lugar e do percurso para convencê-lo a ir comigo, ainda que esteja com tarefas escolares atrasadas.

Bivaque: do francês bivouac. 1. Termo que designava o estacionamento provisório de tropas militares e que passou a designar toda área de estacionamento em que só se dispõe de abrigos naturais, especialmente árvores, cavernas ou pedras planas. Técnica de se dormir na natureza sem a utilização de barracas, com o maior conforto possível e a menor agressão ao meio ambiente; é a arte de se abrigar sob as estrelas e de enfrentar as piores situações possíveis com muita criatividade; 2. Por extensão, designa um acampamento rudimentar para passara noite na natureza, tanto em uma barraca de campismo ou, ao ar livre, num saco de dormir. Se nos países desenvolvidos é utilizado principalmente nas férias, em muitos povos nómades é o modo de moradia habitual.

Adaptado de: Dicionário eletrônico Houaiss da língua

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