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Como construir seu texto dissertativo

Este é um exemplo de redação muito bem feito que você pode copiar quando for treinar para construir as suas. Quando estiver estudando as maneiras de fazer uma dissertação, monte toda sua estratégia e crie um belo rascunho seguindo as nossas dicas.

Antes de seguir adiante, veja mais um modelo de redação, uma imagem que você pode guardar para consultar sempre que for necessário.

O modelo acima é sempre pedido pelos meus alunos que desejam aprender como fazer uma redação dissertativa no Enem. Aproveite também.

Todos os gestos da incredulidade

Eu não compro Baton. não votaria no Obama, não gosto de futebol, e acredito que o uso da 3a pessoa na dissertação é só mais uma marca do racionalismo excessivo e da impassibilidade das relações interpessoais atuais. Seria loucura escrever diferente do recomendado, do previsível, do normal. Seria acusado, mas não seria covarde. De fato, o melhor a fazer é tentar entender porque muitos não o fariam, porque a criatividade e a imaginação entraram em falência e levaram junto um pouco da natureza humana.
Questão primordial é entender que na contemporaneidade esse comodismo, que sempre existiu, agravou-se devido a certa falência de utopias e ideologias do último século. Nem as ideias de Marx, ou a tentativa de Lênin trouxeram a igualdade, a ONU não atendeu o desejo de nenhuma Miss, o "american wav oflife" trouxe também a aspirina e o prozac. Essa conjuntura cria um certo pessimismo e corrobora para dificultar o vislumbramento de mudanças na sociedade, tornando o indivíduo acomodado e passivo. É mais fácil manter-se incluído na normalidade, sem questionar "o sistema", a ser taxado de "louco" e decepcionar-se ao tentar.
Espantoso é perceber que essa taxação, e o receio dela, sempre foi a regra. Quando Darwin propôs a evolução, ou Freud, a interpretação dos sonhos, ambos receberam o mesmo título: loucos. Sem dúvida, quando a sociedade se depara com conjecturas e posturas que põem em xeque seus modos de agir e de pensar é compreensível que ocorra certo medo e aversão. O equívoco desse postura está, no entanto, em se ignorar que a inventividade e a crítica estão na base da evolução das sociedades, só a imaginação permite a criação e a inovação.
Por outro lado, o problema maior não é as novidades se tornarem rarefeitas, e sim que ao fazer isso, abdicar do poder de enlouquecer-se contra a cosmovisão vigente, o indivíduo abdica de sua própria racionalidade. O homem é um ser social que transforma a natureza com seu trabalho (mental e braçal), o que exige inferência, senso crítico. Para isso, é necessário que se tente enxergar fatos por outras perspectivas, que exista inferência e crítica ao que apenas os olhos vêem. Sempre foram poucos os que conseguiram fazer isso, Rousseau, Kant, Nietsche, mas foram os desvarios deles que influenciaram diretamente a formação da sociedade ocidental atual.
Torna-se evidente, portanto, que o medo da quebra da anormalidade pode até ser normal naqueles que estão tão afogados em suas culturas que se alienaram em realidades que desejam ser imutáveis. Contudo, é dever dos "loucos" os salvarem, emergindo de novo, sua condição humana, sua capacidade de colocar o mundo a sua volta em crise, insatisfazer-se. A realidade contemporânea, entretanto, conta com problemas que tornam essa ferida mais difícil de cicatrizar, como o individualismo. O irónico é ver aqueles que defendem essa ação coletiva para o retorno da criatividade escreverem na I ° pessoa do singular: são as contradições de uma sociedade que mantém seu lado humano vendado, e só enxerga quando quer. Parafraseando Machado de Assis: "Abane a cabeça, leitor".


(Fonte: UFRJ)


Análise da redação


VARIEDADE ESTILÍSTICA

•  Ousadia na abordagem

Com uma argumentação original e muito bem-sucedida, o vestibulando fez referência a comportamentos considerados "anormais" apenas por se distanciarem do esperado. Desafiando a própria banca, o candidato lançou a ideia de que "seria loucura" escrever em primeira pessoa, já que o usual, no vestibular, é a focalização em terceira pessoa. No entanto, sem receio de ser mal avaliado, o vestibulando iniciou o texto na primeira pessoa do singular e evidenciou posicionamentos tidos como fora do "normal". Como o tema proposto pela UFRJ dava margem a esse tipo de abordagem, o candidato foi muito feliz na sua argumentação. Mas essa estratégia arriscada deve ser bem calibrada e usada apenas quando o candidato tiver muita segurança.

• Darwin

No parágrafo seguinte, o autor introduziu uma nova tese que corrobora a primeira: as pessoas aceitariam os padrões de normalidade porque desafiá-los seria muito mais difícil. No terceiro parágrafo, ao citar Darwin, o candidato contextualizou a proposta em um exemplo prático e teceu considerações sobre a ideia de evolução. A imaginação estaria associada à criação e à inovação.

• Hipertexto

O quarto parágrafo introduziu uma oposição marcada pelo mecanismo coesivo "por outro lado". Esse tipo de recurso garante a organização do texto e registra o bom desempenho linguístico do candidato. Na exposição de um novo argumento, o vestibulando mostrou que, por mais que o homem queira ser inovador, suas atitudes estão condicionadas pelo meio no qual se encontra inserido. Ao citar pensadores como Rousseau, Kant e »

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